Encontro com leitor

(crônica publicada no site Vida Breve.)

Por esses dias, aproveitei a lacuna entre empregos para visitar uma instituição que oferece reforço escolar para crianças, a fim de ler meus livros infantis e conversar com a garotada. Gosto muito de visitar esses locais, do contato direto com jovens e educadores, bem como ir a escolas públicas, onde me sinto mais à vontade do que em eventos literários de maior porte. Creio que isso se dê menos por um sentimento de filantropia do que por me identificar mais com plateias que possuem menos acesso a livros e outros bens culturais. Fui aluno da rede pública durante toda a vida e, há uns anos, quando visitei minha velha escola, me dei conta de que estava falando não só com aqueles meninos, mas também comigo mesmo, tímido e atento, curioso pela diferença de vinte anos que nos separava. No fundo, tive um certo alívio ao constatar que eu era apenas um menino, como todos aqueles outros meninos ali me olhando.

E foi assim novamente na semana passada com as dezenas de crianças que conheci na Comunidade César Maia. O nome do local não é muito feliz, mas há que se perdoar — o local. Trata-se de um conjunto construído na década de 1990 para receber desabrigados da Cidade de Deus, em virtude de uma enchente que devastou o bairro na época. Fica em Vargem Pequena, muito longe de onde circula o grande capital cultural da cidade, longe das modinhas de um subúrbio idealizado, longe até das comunidades contempladas pelas UPPs. A Comunidade César Maia ficou mais para trás que o então prefeito que a batizou: nem houve ali nenhuma manifestação nas últimas semanas. E por ser tão paralela, marginal e fora dos circuitos é que visitar aquelas crianças foi a coisa mais importante que fiz nos últimos tempos.

Tenho trabalhado há uns anos em programas e projetos ligados à formação de leitores. A despeito de estudos sobre a necessidade de se ampliar o número de pessoas que buscam o prazer do texto, em determinados círculos é comum o discurso segundo o qual o processo criativo constitui a etapa mais relevante da literatura, sendo que a leitura entra apenas como uma possível consequência. Há quem defenda até que leitores são desnecessários para essa cadeia, quase sempre porque o ego autoral ocupa todo o espaço. Acredito que não só é preciso formar leitores, mas que os autores devem sair cada vez mais dos seus claustros de genialidade e se movimentar. A internet é ótima para essa aproximação, mas nada se compara ao contato direto com quem nos lê. Geralmente aprendemos muito com outra perspectiva.

Daí a importância do encontro com aqueles leitores. Falei para dois grupos. No primeiro, li alguns livros e, em seguida, fui surpreendido com aquelas perguntas desconcertantes que só as crianças fazem, munidas de uma sinceridade ainda não podada pelo crescimento, que nos tiram da comodidade das nossas certezas. Enquanto entrava o segundo grupo, composto por crianças um pouco maiores, notei que as educadoras se esforçavam para que um menino mais arredio participasse. Como eu tivesse notado o jovem tentando se esgueirar do restante do grupo, segredaram-me que o Wellington (resguardemos o nome verdadeiro dele) tinha uma história de vida mais “complicada”. Segui com a sessão de leitura e conversa, até que ele apareceu novamente no fundo da sala e me fez uma pergunta. Logo depois, esse menino me disse que também queria ser escritor quando crescesse.

Ao fim da sessão, as turmas voltavam para as salas e continuei papeando com o Wellington. Esperto e divertido, perguntou se todo autor tem furo no queixo, de onde tirava as histórias, que livros gostava de ler na idade dele e outras coisas. Não sabia algumas respostas — a do queixo já tenho suspeita — e inventei na hora. Despedi-me de todos, com o desejo de que esse nosso encontro tenha contribuído para que ele possa encontrar meios para criar muitas histórias, inclusive escrever a própria trajetória. Não sei ao certo se minha visita na Comunidade César Maia serviu ou servirá para inspirar meninos como o Wellington, mas garanto que o encontro me ensinou muito, e por isso, com toda gratidão, esta crônica é para eles.

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Assunto crônica

No jornal Cândido, da Biblioteca Pública do Paraná

Um poema (até então) inédito que saiu no Cândido. Com bela ilustra do Tiago Elcerdo.

IlustracaopoemaHenrique

homo ludens

te lanço o meu poema como um bumerangue
se volta a mim, eu pego e jogo novamente
mas quando cai nas tuas mãos, vem de repente
a sensação de um rico e belo bangue-bangue

e nesta avessa brincadeira, não se zangue
quando ele voa e escapa e vai passando rente
às mãos do pensamento que imagina e sente
o cheiro dessa lâmina sem corte ou sangue

te jogo o bumerangue feito de papel
que se desfaz na chuva, e apaga e rasga à toa…
(mas por ser leve e frágil é que ele tanto voa!)

eu sei, não há poema e nem nada no céu…
mas finjo mesmo assim, pois nesta brincadeira
voa o bumerangue da minha vida inteira

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Assunto poesia

Clipping

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Assunto Gerais

Leitura e papo com a garotada em Vargem Pequena.

henriquerodrigues (clique na imagem para ver melhor!)

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Assunto Gerais

Em outubro tem livro juvenil novo. Estou muito bem acompanhado lá. 🙂

Ecoar

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Assunto Gerais

Afinação da arte de chutar pombos

(crônica publicada no site Vida Breve).

Outro dia postei que, num mundo perfeito, todos poderiam chutar pombos. Foi o que pensei certa vez, depois de muito divagar numa praça cheia deles. Mas calma lá, eu nunca chutei um pombo. Ainda não. Essa é só uma ideia agradável, em tal nível de crueldade que só não me sinto um ser profundamente vil porque descobri ser um desejo oculto de muita gente. Alguns já me confessaram esse fetiche, e uns poucos afirmaram terem chegado às vias de fato, em relatos plenos de satisfação e alívio. No entanto, embora eu nunca tenha manifestado esse impulso em nenhum aspecto prático, venho aqui registrar um ornitobullying: venho sendo constantemente atacado pelos pombos do Largo do Machado, que fazem tocaia até que eu saia da estação do metrô, avançando logo em seguida numa revoada colossal. Não pode, poxa.

E lá vem a patrulha de defesa dos animais et coetera. Mas troco aqui a importante PETA por uma simples peta: não é correto chutar pombos, mas como seria bom se fosse… A imagem da pombinha branca, que é o símbolo da paz, remete a Noé: a ave retornou para a arca trazendo no bico um raminho de oliveira, indicando que era o fim do dilúvio a terra firme já aparecia. E o que não dizer dos bravos pombos-correios, esses antepassados de cada e-mail que trocamos todos os dias, que cruzavam distâncias inimagináveis, enfrentando intempéries e vicissitudes, sem julgar a relevância ou eventual banalidade da informação que carregavam?

Tudo bem, mas não posso evitar a menção a um episódio traumático. Há uns 15 anos, atravessando a rua, fui atingido por uma dejeção certeira originada de um pombo, que resvalou na cabeça, ricocheteou na lente dos óculos e se estendeu camisa abaixo. Segui desnorteado, até que chegando à outra calçada esbarrei com uma conhecida, cujo oi inicial precedeu uma frase de profunda compaixão diante do meu estado, como se dirigida a quem acabasse de perder um ente querido: “Não precisa dizer nada…”

Daí que aceito os pombos no geral, mas a questão é particular. Muito se tem falado a respeito dos males trazidos por essas aves. Hoje mesmo assisti na TV a uma reportagem informando que, em Londrina, iriam multar quem os alimentasse. Lembro-me também de uma crônica do João Ubaldo, na qual ele sugeria que os pombos dos centros urbanos poderiam até ajudar a matar a fome de muita gente. Não feito codorninhas, mas processados e triturados numa rica farinha proteica. Calma lá, eu não chego a tanto, mas acredito que o escritor baiano possua sentimento parecido com o que escondeu o poeta Raimundo Correia, famoso pelo soneto das pombas. No primeiro quarteto ele diz:

Vai-se a primeira pomba despertada…

Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas

De pombas vão-se dos pombais, apenas

Raia sanguínea e fresca a madrugada…

Acredito que as regras de polimento dos parnasianos tenham impedido o poeta de tratar diretamente do horror que sentia diante dos pombos. Reparando bem, esses decassílabos poderiam ser declamados numa das cenas de “Os pássaros”, do Hitchcock. E vejam: com direito a sangue fresco na madrugada…

E redigo: nunca chutei um pombo sequer. Tinha um acordo tácito com eles, tal como naquele episódio de Seinfeld, no qual George Costanza atropela, tropeça nos pombos e depois reclama com razão: “Nós tínhamos um pacto!”

Tomei emprestado para esta crônica o título do conto bastante conhecido do João Antônio, em que o escritor, com sua malandragem peculiar, trata de chutar tampinhas de garrafa: “É doce chutá-las bem baixo, para subirem e demorarem no ar”. E é assim que vai ser agora. Se os pombos do Largo do Machado tiveram acesso à minha frase inicial sobre o mundo perfeito para iniciarem essa onda de agressão, irão ler este texto aqui também, e tratarão logo de ir cantar de galo em outra freguesia. Porque agora, ratos com asas, ao contrário de vocês, eu não terei pena. Se os ataques não cessarem, sugiro colocarem um Sinatra cantando “Fly me to the moon” como trilha sonora do que virá. E podem até chamar em seu auxílio Hélio Bicudo, Jarbas Passarinho, Palomas e Colombinas, porque a guerra está declarada. Pombas!

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Assunto Sem categoria

Clássicos expressos para executivos

(crônica publicada no site Vida Breve)

DOM CASMURRO

O pessoal me chama de Casmurro porque sou cismado. Mas vê só: Escobar se dizia meu amigo, estudamos juntos e tal. Ele sabia que eu estava com a Capitu mas acho que rolou um lance. Como ele morreu, fiquei sem graça de perguntar pra ela, que ficava sempre me olhando esquisito e depois acabou morrendo também. Nosso filho era a cara do meu antigo camarada, só que bateu as botas (todo mundo à minha volta morre, caçamba!) e achei melhor deixar pra lá. Ou não? Ah, já não sei de mais nada.

A METAMORFOSE

Após uma noite onanírica de desejos intranquilos e polutos, Gregor Samsa descobriu-se transformado num tremendo inseto. Preferiu não ir trabalhar na repartição, porque se era para enrolar ele seria então uma barata voadora e ficaria em casa mesmo. Contrariando as expectativas de vida após uma guerra nuclear, o antenoso ficou no quarto e morreria por lá mesmo, antes que o pai chegasse com uma havaiana de pau que o fez sair pela janela e se mudar para A paixão segundo G.H., mas isso já é outra história.

GRANDE SERTÃO: VEREDAS

Nonada. O senhor, que é de respeito e prumo, sabe que é no desvão dos entretudos se alojam as maculagens. Não sou de plantar fé no Cabrunco, no Insidioso, no Inominado; ele é que me impõe a trilha das desgraceiras. Como da vez em que deparei com Diadorim, guerreiroso e façanhudo. Era todo não-se, e eu no-que-a quantas segue o fio da peixeira?, eu me inqueria. E então somei: de rependendo, temia saltar do meio daquele buritizal uma presença avolumada. Poisque Diadorim, afinal, era nada de sertão – era sertinha.

A HORA DA ESTRELA

Macabéa nasceu já grávida de si mesma, e assim permaneceu por toda a vida. Namorou Olimpio Jesus, nem deus nem crucificado, e por isso queria mais. A mudança de Alagoas para o Rio deixou-a cada vez mais eclipsada. Trabalhou de datilógrafa, mas os dedos procuravam sempre o entrelugar das teclas invisíveis: as palavras lhes eram sempre desditas, intracaladas. Ao atravessar a rua, foi lambida por um Mercedes amarelo, e junto com a chuva que caía Macabéa aportou na terceira margem, líquida também ela. E pá-pum.

VIDAS SECAS

Fabiano e a família seguiam sobre a terra dura e árida, em busca de sustento mínimo. Foi preso, apanhou e um ano depois reencontrou o soldado amarelo. Hem, vingar-se assim de um outro humano? Deixou-o ir, na paz. A cachorra Baleia morreu sonhando com preás gordas, enormes, no que em seguida as alpercatas daquela gente cruzariam a catinga rumo à cidade grande, onde iniciariam uma dieta revolucionária à base de penúria.

LAVOURA ARCAICA

É por esse mesmo devaneio, essa chaga diária que nos mutila, o amor putrefacto das nossas intimidades que eu retorno a casa, porque agora nos reunimos na chamada agonia branda da nossa mesa, pai. Aquela árvore morta continuava a crescer, e você sabia decerto porque a regava com sua exatidão, com a firmeza do método. E então a ternura medrou definhada, com fúria secreta e pestilenta, até que num clarão irrompeu uma chispa de lucidez do corpo branco de Ana, por onde foi possível sobreviver docemente ante a nossa ruína. E tome nabo.

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Assunto crônica

Não somos mais tão jovens

(crônica publicada no site Vida Breve)

Nós somos feitos de tempo — ou, pelo menos, do que vai sobrando ao longo de uma erosão contínua. Essa abstração que nos acompanha por toda a vida se torna mais aguda quando somos tomados pela intuição do instante (peguei esse termo do Gaston Bachelard), muitas vezes em situações extremas, como a perda, uma realização pela qual lutamos ou numa experiência estética. O poético que salta do prosaico.

Ouvir Legião Urbana sempre foi, para mim, um breve mergulho nessa possibilidade. Lembro-me bem das cenas: por volta dos meus dez anos, todos os garotos queriam decorar a letra de “Faroeste caboclo” escrita em folhas de caderno arrancadas ou copiadas em mimeógrafo; depois, todo mundo cantava o amor nos versos de “Monte Castelo”, que citava a Bíblia e Camões, ultrapassando qualquer risco de pieguice; em seguida, a nova fase era cantar “Vento no litoral” diante de uma — tão natural e necessária — desilusão amorosa; por fim, só caberia perguntar, hoje em dia, como é que se diz eu te amo.

Ouvir uma banda querida e fazer com que ela se torne um marcador de páginas da nossa memória é algo muito subjetivo. Cada um tem a sua trajetória, de acordo com os episódios vividos. Mesmo os fatos que levaram Renato Russo a escrever cada uma dessas letras são diferentes e únicos, e isso fica claro nesse novo filme sobre a juventude do roqueiro de Brasília — e mais ainda na ótima biografia O filho da revolução, do jornalista Carlos Marcelo. Mas o interessante é como, por um processo estranhamente metonímico, a obra lírica trata do eu se desdobrando para resumir o mundo. Desse modo, a indignação política, uma dor de separação ou mesmo uma pequena revolta com os pais estavam devidamente contemplados nas letras da Legião Urbana. Com isso, a banda nos pescou como uma tarrafa imensa, contribuindo para a educação sentimental de toda uma geração.

Que mais? Crescemos. A Legião Urbana acabou em 1996, permanecendo com uma juventude eterna representada na morte precoce do seu líder. Mas todos nós crescemos e tentando, meio sem querer, aplicar o que ouvíamos naquelas letras, ora adaptando-as às novas questões, ora procurando outras canções que dessem conta da realidade, como todos fazem. Há alguns anos, enquanto dirigia ouvindo Legião, pensei em fazer uma história inspirada numa das letras. Acabei descobrindo que outros autores também gostariam de fazer isso, resultando numa antologia de contos que não só espelhou o nosso saudosismo geracional como também atraiu muitos leitores bem mais jovens, alguns nascidos depois que a banda acabou.

Nós não somos mais tão jovens. Para a minha galera seminova, a obra da Legião Urbana consegue ser no máximo (e isso já é muito) o elemento catalisador de uma viagem no tempo, uma fotografia na qual está registrado o sorriso da nossa adolescência torta. No entanto, é muito interessante constatar que todas as questões contidas naquelas letras vêm se renovando em novos olhares. Daí que esses movimentos sejam cíclicos, poéticos e pulsantes, ultrapassando qualquer tentativa de se datar o universal tão íntimo que cada um sofre, sente e procura.

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Assunto Sem categoria

eras aros e eu era eros

Publiquei semana passada esta crônica no site Vida breve.

Três pedaços de espelhos dos longínquos anos 00

1 – Apresuntei o terceiro cabra só nessa semana. Se a chapa esquenta na comunidade, normal eis que nos tamos. Sou rei aqui, mas sou família: traço a mãe tranço a filha. E da precaridade arrente vamo nos atalhos. Só tem atalho na comunidade, por onde escorre a farinha nossa de todo dia. O mundo dá muita volta: agora nóis é que vive do branco. É até legal ouvir o fragmentário toc toc pelas cercanias. Tomba um dois três, logo mais é minha vez? Meu cumpadi: se não for mano logo logo aponto o cano. Soltei pipa, andei de rolimã, mas nunca me contentei em não poder jogar bola de gude na comunidade, que rolavam todas ladeira abaixo. Peguei doce todo ano, hoje eu é que mando bala. Vou pro baile, é só o que arrente tem, pulo nas tchutchucas tudos meu neném. Mas não gosto das letras das músicas, falta poesia. Sou meio poeta. Foi a professora que falou, mas depois pediu demissão porque a galera não cooperava. Vou te tocar uma real: vai chegar o dia em que o asfalto vai virar morro e o morro vai virar asfalto. A propósito, mão pro alto… Ih, tenho que ir embora que a minha mãe tá me chamando; na base da porrada ela é a chefe do meu bando.

2 – Agora veja você no que deu pintar sobre o meu quarto aquelas flores imaginadas por não sei bem quem. Talvez eu, alheio à própria capacidade de reciclar os sóis que adentravam pelas janelas mais que abertas, não dispusesse de tamanho regozijo como aquele oferecido por ti. Certa vez, colérico, mais-que-perfeito para cometer aquilo que você jamais saberia, possivelmente tenha dado o tiro de misericórdia nas palavras e tenha me encerrado nos porões do peito apenas te dizendo, de soslaio, como um vulcão adormecido para quem assiste mas com as vísceras inflamadas: “Me dá aquele futuro que prometeste, seu babaquara”. No que então você, sem a devida parcimônia mas ainda assim cercado de suficiente austeridade, tenha apenas me oferecido algum dinheiro para meia hora de lan house, para onde fui incontinenti e lá fiquei — provavelmente ainda estou lá —, sob os auspícios da alteridade, procurando a compaixão necessária antes de matar alguém com minha metralhadora de brinquedo tão prematuramente viril.

3 – entretudo, te sexo sem mais no que. eras garanhosa, toda de repente. e fui te lendo, ao léu, te lambo lembrando. toda não-se, tu. eu te falo, não me falhes. na pegada forte, olhar permeado de dislexias: piscava todas. fui murmuroso, te fiz dormir fetal com os acalantos, a base dos lendários contos de foda. ah, florálias frondosas, meus ais. revirávamos rasgantes, fluviais, sob o jugo extático das meias-luzes, tu-lasciva mexendo e remexendo no meu queijo. papa-fina, te papava e apalpava nas pupunhas. eras aros e eu era eros. queimas como quem com calma come a cama a caminho de camus. e então eu te ligava o meu atari só para brincar de come-come.

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Assunto crônica

Rede social

Tenho postado pouca coisa aqui por 1) falta de tempo devido ao excesso de trabalho; 2) utilizar mais facebook e twitter; 3) estar sem muitas novidades que não a de bastidores – tenho trabalhado na tese de doutorado e estou escrevendo uns livros novos.

Mas para não perder a viagem vai um poeminha:

Por mais que se eduque
Na vida ou na Puc,
Que malhe o seu muque
Feito o incrível Hulk.
Que cure ou machuque,
Seja um conde ou duque,
Seja vivo ou ghost,
No fim tudo é um post
Lá no feicebuque.

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Assunto Gerais