É dia de pegar doce!
Então chama o Seu Glicério,
Convoca a Dona Dulcina,
Acorda também a Mel!
(Nenhum deles tem diabetes.)
Se eu fosse um livre-docente
Ou se mais moleque fosse,
Largava este poema diet
E ia correr atrás de doce…
É dia de pegar doce!
Então chama o Seu Glicério,
Convoca a Dona Dulcina,
Acorda também a Mel!
(Nenhum deles tem diabetes.)
Se eu fosse um livre-docente
Ou se mais moleque fosse,
Largava este poema diet
E ia correr atrás de doce…
Comentários desativados em Cosme e Damião
Assunto poesia
Comentários desativados em Domingo na Travessa do Barra Shopping
Assunto poesia
Há algum tempo, os alunos do Colégio Santo Agostinho, aqui no Rio, fizeram trabalhos para apresentar poemas utilizando tecnologia, sob a ótima orientação da ótima professora Tatiane Martins. Dois grupos pegaram sonetos do A musa diluída e fizeram coisas bem legais. Vai aí um deles, feito com o game The Sims.
O que me surpreendeu é que, enquanto os “adultos” se esforçam para fazer a distinção e aproximar leitura e tecnologia, a molecada faz isso naturalmente.
Em tempo: tenho 35 anos (seminovo), jogo Nintendo Wii e PC. Mas que esse trabalho das meninas foi legal, isso foi.
Comentários desativados em Soneto e The Sims
Assunto poesia
Meu barco em pleno mar parou um dia,
Num tempo de maré muito agitada.
E vi a sua proa iluminada,
Enquanto, lá na popa, anoitecia.
Sentado eu à bombordo, também via
Em duas minha imagem separada.
Havia na direita a gargalhada;
Do outro lado, só melancolia.
Daquilo então ficou-me uma certeza:
O riso é o irmão gêmeo da tristeza,
Um lado que outro sempre complementa.
No mar, se o lado esquerdo sofre e falha,
Um outro toma o leme e então gargalha,
Pois navegar sozinho nenhum tenta.
De A musa diluída
Comentários desativados em o outro
Assunto poesia
SONETILHO PARA AS DUAS CHUVAS
A nuvem que, plena, chora
As lágrimas na janela
Te faz parecer aquela
Imagem que tem lá fora.
Você chove dentro, e embora
Nenhuma gota singela
Derrame, é mesmo com ela,
A seco, que inunda agora.
Teriam então diferenças
As duas chuvas imensas?
Enquanto uma escorre, a outra arde
Nos seus olhos tão vermelhos,
Que desenham numa tarde
Janelas mais como espelhos.
Comentários desativados em
Assunto poesia
GAVETA DE MEMÓRIA
[manter o que ainda cabe
no campo do seu volume.
as coisas que, você sabe,
com o tempo ganham perfume:
acomodá-las no centro
e não deixar que se acabe
ou nem que se desarrume:
você, no dentro do dentro.]
Comentários desativados em
Assunto poesia
Ó bacalhau salgado, quanto do teu sal
Vem dos mares de Portugal!
Por te almoçarem, quantas raparigas,
Com vários pratos nas barrigas,
Passaram tardes no hospital.
Por tua causa, ó bacalhau!
E vale a pena? Tudo vale a pena
Quando a indigestão é pequena.
Quem fizer bacalhoada, que aceite:
Tem é que carregar no azeite.
Deus no mar deu sal, e o bacalhau fez,
Mas fez também o norueguês.
A partir de “Mar Português”, de Fernando Pessoa
Comentários desativados em um poema-bobagem antigo
Assunto poesia